Elon Musk ri de funcionário demitido do Twitter, e diz que ele usa deficiência para não trabalhar

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Bilionário discutiu com Haraldur Thorleifsson e exigiu que ele provasse que trabalhava de verdade na empresa

As coisas andam bastante caóticas no Twitter e dão sinais que ficarão ainda mais instáveis. Na segunda-feira (7), Elon Musk, o dono da rede social, acusou um funcionário de usar uma deficiência para não fazer “nenhum trabalho real”.

Para piorar, toda a discussão entre os dois ocorreu publicamente, na timeline da rede social, onde Musk é seguido por mais de 130 milhões de pessoas.

O islandês Haraldur Thorleifsson é fundador da Ueno, uma agência digital comprada pelo Twitter em 2021. Após a compra, Haraldur se tornou diretor da rede social, e questionou na rede social se perdera o emprego na mais recente onda de demissões da empresa, nove dias após o acesso ao computador corporativo dele ser cortado.

Em um tuíte direcionado ao próprio Musk, ele disse: “seu chefe de RH não pode confirmar se sou funcionário ou não. Você não respondeu meus e-mails. Talvez, se um número suficiente de pessoas retuitar, você me responda aqui?”.

Aí a discussão começou — no mesmo dia em que a rede social enfrentava uma de suas mais graves panes.

Musk perguntou que tipo de trabalho Haraldur estava fazendo. O diretor afirmou que não poderia discutir o trabalho, por cláusulas de confidencialidade, o que fez Musk liberá-lo da obrigação.

Após Haraldur descrever uma série de projetos de design (a área dele na empresa), Musk respondeu com dois emojis risonhos. O islandês disse que não poderia dar mais detalhes, já que o acesso ao computador corporativo tinha sido suspenso, mas informou no meio da discussão recebeu uma mensagem do RH da empresa, que confirmou formalmente a demissão dele.

Piadas continuaram

O deboche de Musk com o ex-funcionário continuou. “A realidade é que esse cara (que é rico de forma independente) não trabalhou de verdade, alegou como desculpa que tinha uma deficiência que o impedia de digitar, mas estava tuitando simultaneamente como uma tempestade”, tuitou ele, em resposta a um post sobre o caso.

E ainda acrescentou: “Mas ele foi demitido? Não, você não pode ser demitido se não estiver trabalhando em primeiro lugar!”

Em uma mensagem publicada em um site pessoal, Thorleifsson lembrou que é portador de atrofia muscular espinhal, e que está lentamente perdendo a força na parte superior do corpo.

Ele também publicou uma imagem (acima) para saudar “os novos amigos”, pessoas que passaram a segui-lo após a treta, e informou que estava bem com a demissão, mas agora tentará descobrir se a rede social pagará a ele o previso em contrato.

Calote milionário

Em outra decisão extremamente contestável, Musk parou de pagar o serviço de armazenamento e computação na nuvem AWS, da Amazon. Segundo o site The Information, a rede social não paga a conta com a Amazon há meses, e a dívida já chega a US$ 70 milhões (R$ 363 milhões, no câmbio atual).

O contrato é considerado crítico para a plataforma, que depende dos serviços da AWS para funcionar. O Information revela que em 2020 o Twitter assinou um acordo de cinco anos com a AWS, no valor de US$ 510 milhões.

O atraso nas dívidas fez a Amazon parar de pagar os anúncios que veicula no site, além de ter se recusado a renegociar contratos ou mesmo permitir atrasos futuros.

Os calotes parecem fazer parte de uma estratégia de Elon Musk para tentar negociar pagamentos com credores. Anteriormente, a empresa parou de pagar o aluguel de prédios e ainda promoveu de leilões de itens de escritório.

Fonte: R7