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Em meio à explosão de casos de dengue na Bahia, laboratórios disponibilizam vacinas para combater a doença

Bahia

Entre janeiro e junho de 2023, Salvador registrou 5.734 casos notificados de dengue, número quase oito vezes maior quando comparado ao mesmo período do ano anterior

Em meio a um aumento vertiginoso de casos de dengue, a nova vacina contra a doença chega como um fio de esperança. A “Qdenga” já está disponível nos laboratórios particulares de Salvador e tem como público alvo pessoas entre 4 e 60 anos. O imunizante funciona em um esquema de duas doses, onde cada uma varia entre R$ 428 e R$ 499, com o combo totalizando em R$860.

Desenvolvida por um laboratório japonês, a vacina tem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pode ser aplicada tanto em pessoas que já foram diagnosticadas com dengue, quanto aquelas que nunca tiveram a doença, principal diferença quando comparada ao imunizante Dengvaxia, disponível desde 2022. 

Segundo dados enviados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ao Metro1, entre janeiro e junho de 2023, a cidade registrou 5.734 casos notificados de dengue, número quase oito vezes maior quando comparado ao mesmo período do ano anterior, que teve 741 casos. O aumento também se reflete no estado, onde foram notificados 30.188 ocorrências, contra 28.249 de 2022, aumento de 6,9%.

Com uma eficácia global de 80,9%, o imunizante traz uma expectativa na luta contra a enfermidade. A médica infectologista Clarissa Cerqueira explicou ao Metro1 que a Qdenga cobre todos os sorotipos da dengue – do 1 ao 4, mas esclareceu que o papel das vacinas não é blindar de contrair a dengue, mas sim proteger das formas graves da doença. 

Como age o imunizante

A infectologista ilustrou que a vacina simula para o organismo os efeitos da doença, de uma maneira controlada. Durante a vacinação, é introduzido o vírus atenuado, ou seja, que não tem a capacidade replicativa, que vai mostrar ao organismo o funcionamento, para quando for exposto aos agentes causadores os anticorpos estarem previamente preparados. 

“Ela [a vacina] mostra através de partículas desses microrganismos para o sistema imune. Por isso existe o efeito colateral, mas é melhor ter reações do que de fato a doença”, explicou a infectologista. 

A vacina no SUS

A esperança da comunidade médica com a vacina se esbarra nos valores que as doses são comercializadas. Então, a dúvida que fica é: o imunizante vai chegar aos postos de saúde?

Segundo o Ministério da Saúde, ainda não há prazo para que a vacina seja disponibilizada na rede pública de saúde. Por meio de notas enviadas ao Metro1, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que ainda não houve sinalização do ministério sobre a vacina. Já a SMS disse que as resoluções sobre aplicação do imunizante cabem ao MS.

Fonte: Metro1