Engenharia genética busca maneiras de trancar o HIV dentro das células e eliminá-lo

Bahia Brasil Ciências saúde

USP se une a um projeto de pesquisa global para desenvolver novas técnicas para eliminar, nos pacientes, o vírus que pode levar à aids

Domingo, 8 de outubro de 2021

Rádio USP

O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) se une à rede global em nova abordagem para a cura do HIV. A pesquisa, através da engenharia genética, busca maneiras de “trancar” o vírus dentro das células e alterar e eliminá-lo dos pacientes definitivamente. Hoje, o HIV pode ser controlado por meio de medicação, mas não totalmente eliminado. 

“Eliminar o vírus do HIV das pessoas não é uma coisa impossível”, contou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição o professor Esper Kallás, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP e infectologista coordenador do Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas. Segundo o professor, a natureza do vírus HIV é um dos fatores que dificultam a descoberta da cura. Por se tratar de um retrovírus, o HIV, ao infectar uma célula, altera o material genético dela, inserindo-se no DNA da pessoa.

A pesquisa da qual a USP faz parte pretende desenvolver uma técnica que se aproveita da própria natureza do vírus para eliminá-lo. A técnica consiste em “trancá-lo” dentro da célula infectada para impedir sua reprodução, identificar no DNA da pessoa com o vírus o material genético do HIV e removê-lo. A remoção será feita através das técnicas de epigenética, que é o uso de moléculas que podem modificar como os genes são lidos sem alterar o DNA, e o CRISP, uma técnica de edição genética de alta precisão para alterar o DNA. 

No Brasil, a pesquisa objetiva, em um primeiro momento, identificar pessoas com o vírus que tenham baixos níveis de manifestação e estudar o comportamento do HIV em seus organismos. O estudo também pretende observar a utilização de medicações para combatê-lo. Conforme explica o professor, o intuito é começar a construir estudos clínicos para tentar entender como essas medicações agem na codificação do vírus. “É um processo, como toda ciência, difícil e que requer uma série de coordenações entre vários dos participantes”, conclui Kallás.

Fonte: Jornal USP/Foto: C. Goldsmith Content Providers: CDC/C/Domínio público via Wikimedia Commons

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