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Explosão rompe barragem de usina ucraniana, inunda cidade e ameaça maior central nuclear da Europa

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Ataque ocorreu na região de Kherson, no sul, em área controlada pela Rússia. Cerca de 22 mil pessoas podem ser afetadas, segundo a agência estatal russa RIA. Moscou e Kiev se acusam mutuamente pela autoria do ataque.

Um ataque no sul da Ucrânia rompeu nesta terça-feira (6) a barragem de uma usina hidrelétrica, inundando a cidade de Nova Kakhovka e ameaçando o funcionamento da usina de Zaphorizhzhia, a maior central nuclear da Europa.

A cidade e toda a região são controladas atualmente pela Rússia. Os dois países trocaram acusações sobre a autoria do ataque.

A explosão aconteceu na barragem de Nova Kakhovka, na região de Kherson. Segundo a agência estatal russa RIA, 22 mil pessoas podem ser afetadas. Já o governo da Ucrânia disse que 80 povoados podem ser inundados.

A barragem alvo do ataque foi construída em 1956 e possui um reservatório de 18 km³. Esse reservatório fornece água para a península da Crimeia e para a usina de Zaporizhzhia – a maior central nuclear da Europa – ambas em territórios ucranianos controlados pela Rússia.

O nível da água subiu 5 metros depois da explosão, e moradores do entorno do rio Dnipro, por onde passa a barragem, já deixaram suas casas, que ficaram alagadas.

O governador de Kherson, ligado ao governo da Ucrânia, disse que a água pode atingir níveis críticos nas próximas horas.

A agência estatal de energia atômica da Ucrânia disse que a explosão da barragem coloca em risco a usina nuclear de Zaporizhzhia, que usa a água do reservatório para segurança da operação. No entanto, segundo a agência, a situação está sob controle.

De acordo com a agência estatal de energia hidrelétrica da Ucrânia, a usina de Kakhovka foi totalmente destruída depois de uma explosão na sala de máquinas, não podendo ser restaurada.

Versões

Após a Ucrânia anunciar que a barragem havia sido alvo de um bombardeio russo, o prefeito da cidade onde fica a usina, ligado ao governo russo, negou a explosão e disse que tudo estava “quieto e calmo”.

No entanto, o prefeito mudou a versão momentos depois, afirmando que a barragem tinha sido alvo de um bombardeio. Ele classificou o caso como um “sério ato terrorista”, acusando a Ucrânia.

Agências de notícias da Rússia afirmam que a barragem foi destruída por uma série de bombardeios ucranianos.

Já as autoridades ucranianas afirmaram que o presidente Volodymyr Zelensky convocou uma reunião de emergência para discutir a destruição da barragem.

A inteligência militar da Ucrânia disse que o caso é um crime de guerra.

“Os ocupantes explodiram a represa do reservatório de Kakhovka em pânico – este é um ato óbvio de terrorismo e um crime de guerra, que será provado em um tribunal internacional”, disse em comunicado.

Fonte: G1