Filme retrata contribuição da população negra de origem africana na formação do RJ

cultura

Documentário tem entrevistas com Haroldo Costa, Luiz Antonio Simas, Mãe Meninazinha de Oxum e Tainá de Paula

Entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX, o Rio de Janeiro foi o epicentro da chegada de mais de 2 milhões de pessoas negras escravizadas no Brasil. O documentário “Rio, Negro”, que estreia no próximo dia 2 de março, aborda os processos sociais, políticos e as profundas transformações ocorridas na cidade devido à influência de pessoas negras de origem africana.

O filme é construído por meio de entrevistas com grandes personalidades e intelectuais cariocas, além de imagens históricas, com o objetivo de mostrar o protagonismo individual e coletivo da população negra.

A narrativa também aborda a perseguição institucional que culmina na transferência da capital para Brasília como uma estratégia de apagamento desta população.

“No processo de pesquisa, nos debruçamos sobre este ponto e chegamos a uma série de registros e documentos que expõem argumentos racistas. Há documentos, sobretudo da Missão Cruls, que foi a primeira expedição à região central do Brasil realizada no final do século XIX com o objetivo de preparar a transferência, além de registros do livro ‘Quando Mudam as Capitais’, escrito por José Osvaldo de Meira Penna, um dos principais ideólogos de Juscelino Kubitschek, que citam justificativas racistas para embasar e legitimar a transferência da capital”, afirma Fernando Sousa, um dos diretores e roteiristas do filme. 

Com roteiro e direção também assinados por Gabriel Barbosa, o longa conta com depoimentos de importantes ativistas do movimento negro, artistas, arquitetos e outros pensadores da cidade, tais como o ator Haroldo Costa, o escritor Luiz Antonio Simas, a vereadora Tainá de Paula, o carnavalesco Leandro Vieira, o ritmista Eryck Quirino, a atriz Juliana França, a ialorixá Mãe Meninazinha de Oxum, a historiadora Ynaê Lopes, os pesquisadores Christian Lynch, Nielson Bezerra e Eduardo Possidonio, entre outros.

Financiado pela Casa Fluminense, organização carioca que constrói coletivamente políticas e ações para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o filme é produzido pela Quiprocó Filmes e distribuído pela Pipa Pictures.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse

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