Fiocruz atua na ampliação do acesso a medicamentos para HIV/Aids

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A luta contra a Aids faz parte da história dos 49 anos de atuação do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). A unidade foi pioneira na produção de antirretrovirais e, atualmente, em parceria com o Ministério da Saúde com o fornece dez medicamentos para o combate à doença. De janeiro a outubro de 2024, foram entregues mais de 407 milhões de antirretrovirais ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O Instituto realizou parcerias para internalização de tecnologias e investiu em pesquisas e no desenvolvimento de novas formulações com o objetivo de ampliar o acesso da população aos tratamentos inovadores. Desde 2023, Farmanguinhos/Fiocruz fornece a combinação inédita de dois medicamentos eficazes, dolutegravir 50mg + lamivudina 300mg. O regime de dosagem simplificada representa um avanço para o SUS, pois oferece mais facilidade e praticidade para o dia a dia, aumentando a adesão do tratamento. Uma única dose diária de um comprimido deste medicamento garante a eficácia e auxilia na continuidade do tratamento, com menor potencial de toxicidade e de efeitos adversos graves.

Dentro do portfólio, constam os seguintes antirretrovirais: atazanavir 300 mg, efavirenz 600 mg, lamivudina 150 mg, nevirapina 200 mg, zidovudina 100 mg, dolutegravir 50 mg, dolutegravir 50 mg + lamivudina 300 mg, lamivudina 150 mg + zidovudina 300 mg, tenofovir 300 mg + lamivudina 300 mg e entricitabina 200 mg + tenofovir 300 mg. Este último é usado na Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). Trata-se de um esquema de prevenção que consiste no uso diário do medicamento, que funciona como uma “barreira química” contra o vírus HIV.

O diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, ressalta a preocupação da instituição em oferecer novas soluções para o combate à doença. “Entendemos que o acesso ao tratamento é um direito de todas as pessoas e seguimos em busca de tecnologias para internalizar medicamentos inovadores e que possam facilitar e trazer mais qualidade de vida aos pacientes com HIV/aids. Investimos os nossos esforços para tentar olhar o paciente como um todo, pensando na prevenção, no tratamento eficaz e cuidando também de coinfecções, como hepatite e a tuberculose”, explica.

O HIV compromete o sistema imunológico, deixando o paciente mais suscetível à outras doenças, principalmente hepatite e tuberculose. Atualmente, Farmanguinhos é o principal produtor de tuberculostáticos e distribui cinco antivirais para o tratamento de hepatite C.

Os pesquisadores dos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento possuem diversos estudos em busca de novos tratamentos e acompanham as discussões, em âmbitos nacionais e internacionais, e as diretrizes voltadas para a eliminação da aids como problema de saúde no Brasil até 2030.

Aids no Brasil

Segundo o relatório 2024 do UNAIDS, programa conjunto das Nações Unidas para coordenar as ações de HIV/Aids, em 2023, 630 mil pessoas morreram por doenças relacionadas à Aids, e 1,3 milhão de pessoas em todo o mundo testaram positivo para o HIV. A publicação também ressalta que o acesso ao tratamento com antirretrovirais vem contribuindo para a redução da mortalidade no Brasil e que o ano de 2023 teve o menor número desde os anos 1980.

O relatório também destaca a necessidade de uma abordagem baseada em direitos para combater estigmas e discriminação e a importância de reduzir as desigualdades estruturais para alcançar metas globais. Os direitos humanos colocados no centro e as comunidades na liderança contribuirão para que o mundo consiga acabar com a aids. Confira os dados completos no relatório Sigamos o caminho dos direitos, publicado, em inglês, em 26/11.

Dia Mundial de Luta Contra Aids

Desde 1988, agências, associações, governos e sociedade civil se unem, em 1º de dezembro, para apoiar pessoas que vivem com HIV. São realizadas campanhas anuais com temas específicos e atividades de conscientização e mobilização, para apoiar, reduzir a discriminação e o abandono e direcionar investimentos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

A fita vermelha é o símbolo universal de conscientização, apoio e solidariedade às pessoas que vivem com HIV.

Fonte: Agência Fio Cruz / Foto: Divulgação

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