Haddad celebra arrecadação de janeiro e pede harmonia entre os Três Poderes

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Ministro da economia classificou números do primeiro mês de 2024 como ‘surpreendentes’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (6) que a arrecadação do governo federal cresceu de forma surpreendente em janeiro. A divulgação dos dados completos está prevista para acontecer depois do Carnaval. A fala ocorreu durante uma conversa com o economista-chefe do banco BTG Pactual, Mansueto Almeida, no CEO Conference Brasil 2024.

“O mês passado foi muito surpreendente na arrecadação. Nós vamos decompor para saber os motivos, mas está consolidado”, disse Haddad.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse em entrevista para a “Folha de S.Paulo”, na semana passada, que caso a arrecadação se mantenha no mesmo nível de janeiro, pode não haver bloqueio de despesas na primeira avaliação do orçamento de 2024, marcada para março. Ele disse ainda que os dados iniciais apontam que as receitas estão no caminho certo para alcançar a meta fiscal de zerar o déficit neste ano.

Haddad comentou ainda sobre a importância da colaboração do Congresso para a aprovação de medidas de ajuste fiscal. O ministro disse que uma “sabotagem mútua” entre o Executivo e o Legislativo estaria prejudicando a gestão financeira do governo federal nos últimos dez anos.

“O mérito da Fazenda no ano passado foi ter tido a delicadeza, a paciência e o tempo para discutir projeto por projeto com todos os líderes do Congresso […]. É uma demonstração de que o Congresso está aberto a nos ouvir, o que é muita coisa. A natureza da nossa crise dos últimos dez anos foi mais política do que econômica. Era uma espécie de sabotagem mútua, né? Uma coisa absurda que estava acontecendo. Todo esforço que estamos fazendo é para os Três Poderes se entenderem”, apontou Haddad.

Clima tenso

A relação entre o governo e o Congresso passa por um momento de tensão. Haddad teria uma reunião marcada com líderes da Câmara nesta tarde, mas o encontro foi cancelado após a fala do presidente da Casa, Arthur Lira, encarada como uma indireta ao Planalto e à equipe econômica do governo.

Lira afirmou que o orçamento não pode ser “de uma burocracia técnica que, apesar do preparo, não foi eleita para escolher as prioridades da nação e não gasta sola de sapato percorrendo os pequenos municípios”. O comentário foi feito no retorno do recesso parlamentar.

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