O PARADOXO DO PLAUSÍVEL

colunistas Rodrigo Santana

Por Rodrigo Santana ( Portal Ipirá City) – Sábado, 9 de janeiro de 2021


Se a Torá Judaica foi redigida na sua forma de cinco livros em torno do ano 450 a.C. E o seu conteúdo é considerado um fato histórico. Pode-se dizer que se alguma civilização relatou o mesmo acontecimento antes da Torá Judaica ser escrita, esse acontecimento não pode ser considerado uma mitologia e sim um fato histórico, pois em sendo mitologia o que foi revelado antes só é possível ser também mitologia o que foi revelado depois já que são faces da mesma narração. Vejamos o exemplo abaixo sobre a narração do Dilúvio na Torá Judaica:

13. Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim; porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra.

14. Faze para ti uma arca de madeira de gôfer: […]

“Epopeia de Gilgamesh”, o poema épico primeiro escrito por volta de 1.800 aC, cerca de mil anos antes da composição da Bíblia judaica (o Antigo Testamento cristão)”.

“O mito do dilúvio sumério é encontrado no épico de Ziusudra, que ouviu o conselho divino para destruir a humanidade, no qual ele construiu uma embarcação que navegasse pelas grandes águas”.

Segundo o teólogo Rafael Rodrigues da Silva, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo, o Hinduísmo é a religião mais antiga do mundo. Portanto, se ela narra um acontecimento como o dilúvio antes de todas as outras religiões é sensato inferir que ou as religiões que surgiram depois do Hinduísmo copilaram dela ou ocorreu mais de um dilúvio. Vejamos o exemplo abaixo sobre a narração do Dilúvio no Hinduísmo:

Na mitologia hindu, textos como o Satapatha Brahmana mencionam a história purânica de um grande dilúvio, em que o Matsya, o avatar do deus Vixnu, adverte o primeiro homem, Manu, sobre um dilúvio iminente e também aconselha-o a construir um barco gigante.

É importante destacar que alguns arqueólogos e cientistas já encontraram vários vestígios da ocorrência de enchentes avassaladoras em épocas remotas. Além disso, Segundo Thomas Bulfinch no: “O Livro de Ouro da Mitologia – Histórias de Deuses e Heróis”:

todas as lendas mitológicas têm sua origem nas narrativas das Escrituras, embora os fatos tenham sido distorcidos ou alterados”.

Rodrigo Santana Costa é professor e escritor. Publicou a obra: Clarecer.

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