O que a vacina não imuniza

colunistas João Ferreira

Olá, pessoal! No meu texto anterior, falei sobre a importância e o cuidado com a imagem. Neste texto, quero pedir um parêntesis para abordar uma questão que acredito que seja tão reflexiva quanto a imagem. No país do “cada cachorro lamba sua caceta”, onde chegamos ao vergonhoso número de 100.000 mortos, o debate da vez é sobre a tal milagrosa vacina da Covid-19, a cura para a humanidade enferma não pela Covid, mas sim pelo egoísmo, o descaso.

Bem, amigos, acho que essa pandemia toda nos revelou, acima de tudo, o quanto estamos despreparados para uma situação sanitária caótica. Notem que fiz questão de colocar um título para que possamos refletir sobre a consciência humana, e não sobre a vacina em si.

Hoje, assisti à uma participação do Dr. Dráuzio Varella que me fez escrever esse texto para vocês. O caos sanitário instalado nitidamente reflete o quanto nós, brasileiros, não nos importamos com o cuidar do próximo e, pior ainda, o cuidar de si.

No país das máscaras no queixo, testa e pescoço, temos que destacar a total falta de cidadania em todos os locais. Dr. Dráuzio frisou que se trata de “um gesto tão mínimo, que pode ajudar muito no controle dessa pandemia”. Então, quero aqui analisar com vocês o comportamento individualista de uma sociedade enferma – não da Covid, mas sim da alma. Notem que a falta de disciplina e consciência, bem mais de consciência, ao não uso ou ao uso desleixado do único remédio efetivo que pode ajudar a redução da contaminação, nos levou, junto a outros fatores que não vou abordar nesse texto, ao número de 100.000 mortos; no país onde morrer 1.000 pessoas por dia, já não comove ou virou uma rotina aceitável. Ah, hoje foram mais 1.000…

O que devemos inventar é uma vacina que nos imunize de nós mesmos, uma vacina solidária que nos faça perceber que cada individuo não está só. Que a forma de contágio não é individual, mas sim coletiva. Sim, meus amigos, coletividade é o que nos falta em todas as nossas ações contra esse mal e todos os males que sofremos como humanos. É incabível pensar que uma pessoa não seja capaz de sequer ter um esforço para o uso correto de uma máscara. Cabe a cada um de nós parar um pouco e refletir se o que está nos matando é o vírus ou o nosso comportamento diante da situação enfrentada.

Que venha sim uma VACINA para IMUNIZAR, mas que venha também uma VACINA para nos HUMANIZAR.

Até a próxima
João Ferreira

João Ferreia é desenhista gráfico, consultor em marketing político, marketing jurídico e da saúde.
Instagram: @joaodesenhistagrafico
wwww.joaodesenhistagrafico.com.br

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