Obra explora mercado livreiro às vésperas da Independência

cultura

Publicado por editora da USP, em parceria com editoras universitárias, “Livreiros do Novo Mundo” desvenda a relação entre o nascente comércio de livros no Brasil com a Europa no século 19

  Domingo, 14 de novembro de 2021

Crisley Santana

Antes da chegada da família real portuguesa no país, já havia circulação de livros na então colônia brasileira, que eram despachados principalmente de Portugal. Com a transferência da metrópole e a vinda dos monarcas para o Brasil, entretanto, o comércio se fortificou, especialmente após a criação da imprensa, em 1808, e a criação de bibliotecas. 

Além das raízes portuguesas, o início do mercado de livros no Brasil tem forte relação com a França e seus cidadãos que aqui desembarcaram, em meados do século 19, para trabalhar com os impressos. Assim conta a obra Livreiros do Novo Mundo: De Briançon ao Rio de Janeiro, publicado pela Edusp em parceria com as editoras da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Unesp (Universidade Estadual Paulista). 

O livro explora a trajetória de dois comerciantes franceses, Paulo Martin e Jean-Baptiste Bompard, que tocaram o comércio livreiro no Rio de Janeiro entre 1808 e 1828, “tornando-se protagonistas do nascente mercado do livro e da imprensa”, como indica a sinopse do título. 

A ideia da publicação de Jean-Jacque Bompard, neto de um dos comerciantes de livro retratado na história, é examinar, além do passado de seu avô, as características envolvidas na criação desse mercado que se formou entre os três países: França, Portugal e Brasil, e destacar as facetas cultural, política e editorial do período.

Acredita-se que a livraria comandada por Martin e posteriormente por Bompard na atual rua Visconde de Inhaúma, no centro do Rio de Janeiro, tenha sido uma das primeiras no Brasil, ainda antes da independência do país. 

Em live sobre o livro, feita pela Editora da Unicamp, a professora Lucia Maria Bastos da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), que escreveu o prefácio da publicação no Brasil, conta o interesse do autor em desvendar o passado livreiro do avô. A professora conheceu o escritor e o auxiliou na parte brasileira da pesquisa.

“Ele teve o interesse de trazer a história desse seu antepassado, mas que no fundo vai mostrar muito do que foi o mundo livreiro, não só no Rio de Janeiro, mas dessas relações que se dão entre o Brasil e a Europa”, disse a professora durante a live.

Colaboração universitária

“Livreiros do Novo Mundo” foi editado em parceria com as três editoras das universidades públicas paulistas. 

É a primeira edição da obra no Brasil, conforme disse Cristiane Silvestrin, da Chefia Técnica da Divisão Editorial da Edusp. “A Edusp acompanhou a última prova do livro, enviada pela Editora da Unicamp. No final do processo, quando a produção editorial estava completa e aprovada pelas três co-editoras, a Edusp licitou os serviços de impressão e acabamento da obra”, contou sobre o processo, que também envolveu a tradução do livro. 

“As três editoras estão sempre em contato, e já havia parcerias, mas não uma coedição entre as três, o que pareceu uma oportunidade no caso deste livro, que acabou sendo aprovado pelos conselhos das três editoras e cujo assunto está presente nos três catálogos”, explicou Carla Fontana, editora-assistente da Edusp.

O livro pode ser comprado pela editora da USP acessando o link: https://www.edusp.com.br/livros/livreiros-do-novo-mundo

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Fonte: Jornal USP/Foto:USP


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