Pix, Real Digital, Open Finance: BC quer integrar serviços em sistema único

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Intenção do Banco Central é integrar os produtos dentro de uma única plataforma até 2024, com a possibilidade de realizar transações internacionais instantâneas, em um processo de “finanças sem fronteiras”

As mais recentes novidades anunciadas pelo Banco Central de serviços financeiros digitalizados e modernizados, como o PixOpen Banking e Open Finance, além do Real Digital, que ainda está sendo estudado, devem ser integrados em uma única plataforma até 2024, de acordo com panos do banco. Para especialistas, esse será um importante passo no sistema financeiro do Brasil.

Além da facilidade de usar os serviços, a ideia do Banco Central é que o sistema integrado permita ofertas personalizadas e melhores descontos aos clientes, a otimização do tempo do usuário com todas as contas em bancos, fintechs ou cooperativas embutidas em um único sistema, e a possibilidade de realizar pagamentos instantâneos para o outros países, uma espécie de “Pix Internacional”. Mas para entender como tudo isso funcionará de forma integrada, é preciso compreender suas aplicações individuais.

Lançado em fevereiro de 2020, o Pix rapidamente se consolidou como método de pagamento instantâneo dos brasileiros. Até agosto deste ano, foram feitas mais de 14 bilhões de transações com a ferramenta, sendo que o total ultrapassa R$ 7,5 trilhões. Os números revelam a popularidade do Pix nesses dois anos, dando confiança ao BC para outras duas iniciativas: Open Banking e Open Finance.

O primeiro deles trata da abertura do usuário para um sistema de compartilhamento de dados bancários entre as instituições financeiras reguladas. A partir deste movimento, o cliente poderá receber ofertas de acordo com suas demandas e perfil. A primeira fase do Open Banking teve início em 1º de fevereiro de 2021, enquanto a última entrou em funcionamento em 15 de dezembro do mesmo ano.

A quarta e última fase do Open Banking dá início ao Open Finance, que amplia o compartilhamento de dados para melhorias nos serviços bancários para todos os serviços financeiros que uma pessoa pode contratar. Isso inclui produtos de investimentos, seguros, previdência, câmbio, serviços de credenciamento e outros. Portanto, além das instituições financeiras, as corretoras e seguradoras também poderão ter acesso às informações dos clientes que consentirem, com o objetivo de ofertar os melhores produtos para aquela pessoa.

Sistema integrado

De acordo com Roberto Campos Neto, o Banco Central trabalha para que todos os serviços destacados acima estejam contidos em uma única plataforma, otimizando assim a experiência do usuário com os serviços financeiros e poupando tempo.

“Não é razoável imaginar que daqui há 3, 4 ou 5 anos as pessoas ainda vão ter que abrir individualmente os aplicativos dos bancos que têm conta. Isso não vai acontecer, vai ser tudo integrado. Vamos bancarizar o sistema financeiro”, declarou.

Ilustração de um aplicativo integrado que contém as contas de um usuário em três bancos, além de mostrar os serviços disponibilizados pelo BC
Ilustração de um aplicativo integrado que contém as contas de um usuário em três bancos, além de mostrar os serviços disponibilizados pelo BC / Divulgação/BC

A ilustração acima mostra como o Banco Central imagina que deverão ser os aplicativos das instituições financeiras no futuro. Eles vão conter as contas que o usuário tem em outros bancos, além de espaços relativos às ofertas de crédito possíveis graças ao Open Banking, e aos investimentos devido ao Open Finance, além de outros serviços. O BC também informou que será possível realizar os serviços de forma off-line.

Portanto, a partir de um único aplicativo, o usuário vai conseguir acessar todas as suas finanças e realizar pagamentos diretamente da plataforma, sem precisar deixar o app para buscar informações ou formalizar transações em outros lugares.

“Existe uma forte demanda pela globalização. É preciso colocar os clientes dentro de uma plataforma integrada e globalizada porque, quando essa chave virar, tornará um modelo de ‘todos para todos’ e não mais ‘um para todos’”, afirma Wagner Martin, VP de Negócios da Veritran, plataforma de soluções digitais.

Campos Neto fez questão de mencionar, durante sua palestra na Febraban Tech 2022, na última quinta-feira (11), que os bancos fazem parte do processo para desenvolver o sistema com a integração dos serviços financeiros.

“Não queremos que ninguém perca dinheiro, não é sobre quem está ganhando e quem está perdendo. Queremos que os bancos sejam uma fatia menor de um bolo que será muito maior”, afirmou o presidente do BC.

Fonte: CNN Brasil

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