Segunda, 3 de novembro de 2025
O julgamento vai iniciar no dia 14 de novembro no plenário virtual da Primeira Turma do STF
O ministro Alexandre de Moraes liberou para julgamento, nesta segunda-feira (3), a denúncia contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos. A acusação da PGR é de sucessivas ações voltadas a intervir nos processos judiciais para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O julgamento vai iniciar no dia 14 de novembro no plenário virtual da Primeira Turma do STF.
A PGR denunciou Eduardo, em setembro, após meses de apuração da Polícia Federal, que já havia apontado a atuação de Eduardo nos Estados Unidos para buscar sanções contra o Brasil e contra ministros do Supremo em agosto. O parlamentar está fora do país desde março, em agenda política, e sua eventual transformação em réu pode comprometer o projeto de disputar a Presidência.
Jair Bolsonaro, que também era alvo do inquérito, ainda não foi denunciado.
No julgamento de novembro, o STF decidir se aceita ou não a denúncia contra Eduardo. Paulo Figueiredo também foi denunciado. Se for aceita, eles se tornarão réus em uma ação penal.

Ameaça aos ministros do STF
Segundo a PGR, a estratégia dos denunciados consistiu em ameaçar os ministros do STF com a obtenção de sanções estrangeiras, tanto para os magistrados quanto para o próprio Brasil. Para isso, eles se dedicaram a explorar suas conexões nos Estados Unidos, incluindo contatos com integrantes do alto escalão do governo norte-americano.
A denúncia aponta que a dupla viajou várias vezes para os EUA para articular essas medidas e se encontrou com políticos, como o senador Bernie Moreno. As ameaças visavam a “livrar o ex-presidente de mácula penal”.
A denúncia utiliza mensagens de WhatsApp apreendidas do celular de Jair Bolsonaro como evidência da trama. Em uma dessas mensagens, Jair Bolsonaro relata ao filho que “todos ou quase todos” os ministros do STF demonstram preocupação com as sanções.
A PGR aponta que Eduardo Bolsonaro atuou para garantir que apenas ele e Paulo Figueiredo tivessem acesso a autoridades dos EUA. A denúncia conclui que as ações tinham o objetivo de “sobrepor os interesses da família Bolsonaro às normas do devido processo legal e do bom ordenamento da Justiça”.
O MPF pede a condenação de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo pelo crime de coação no curso do processo, em forma continuada, e a reparação dos danos causados.
CORREÇÃO: Inicialmente, a coluna informou, conforme constava no Supremo, que era no dia 21 de novembro. O STF, posteriormente, atualizou a data para o dia 14.
Fonte: ICL Noticias /