Transhumanismo: Utopia ou Distopia

cidades colunistas Ipirá Rodrigo Santana

Quinta, 11 de novembro de 2021

Segundo a definição do Wikipédia: o “Transhumanismo é um movimento filosófico intelectual que visa transformar a condição humana com o uso de tecnologias emergentes alcançando as máximas potencialidades em termos de evolução humana, deixando em segundo plano a evolução biológica, alcançando o patamar de pós-humano”.

Segundo o filósofo Jürgen Habermas quando o progresso avança, a ética não avança concomitantemente. Ou seja, o progresso tecnológico não pode ser definido como algo completamente bom assim como também não pode ser definido como algo completamente mau, pois se trata de um instrumento em que as intenções humanas é que fará bom ou mau uso da tecnologia, mas com base na história da humanidade, nós temos nos inclinado mais para uma utopia ou para uma distopia?

Quem nunca sonhou em voar bem alto, como os pássaros? A maioria das teorias são apresentadas a humanidade sempre tocando um sonho de uma parcela bastante significativa da população, contudo é importante ressaltar que depois que Alberto Santos Dumont inventou o avião: “14 BIS”, ele entrou em depressão e culminou com o suicídio ao ver o seu invento sendo transformado em arma de destruição e morte. Muito provavelmente, o que pensava o aeronauta Santos Dumont era que ele estaria contribuindo para que o ser humano pudesse sentir a mesma sensação de “Dédalo” e seu filho “Ícaro” quando os dois saem voando do labirinto. Esse triste fim de Alberto Santos Dumont serve de exemplo para refletirmos sobre o que está sendo apresentando teoricamente em relação ao Transhumanismo e o que acontecerá de fato.

A condição humana foi, é e será sempre mais bem representada pelas ideias do filósofo Thomas Hobbes do que as de Jean-Jacques Rousseau. Os cineastas e literatos compreenderam tão bem pela própria experiência de existirem num mundo caótico, que a produção de distopias é superior a de utopias, pois como disse o filósofo Friedrich Nietzsche: “A esperança é o derradeiro mal; é o pior dos males, porquanto prolonga o tormento”. E na obra: “Todos contra Todos”, o professor Leandro karnal diz que : “O otimista é sujeito mal informado”. Esse aforismo do Leandro Karnal estabelece uma relação com o que disse Raul Seixas na música: “Só pra variar: “É pena eu não ser burro/ Não sofria tanto”. E o sofrimento está no fato de perceber que as mãos ocultas que movem as peças do xadrez não são de anjos probos e impolutos. Essa realidade é uma distopia! “Há beleza, caos e desgraça no âmago dessa criação”.

Vou deixar algumas indicações relacionadas ao tema para a reflexão: “Altered Carbon” Netflix, “Westworld” HBO, “Transcendence: A Revolução” You Tube

Rodrigo Santana Costa é professor e escritor ipiraense. Publicou a obra: “Clarecer”.

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