10 novos nomes femininos da cena musical amazônica

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Preparamos uma lista com 10 nomes femininos da cena musical amazônica que, se você ainda não conhece, não vai se arrepender de dar o play!

Neste ano, com a pandemia de Covid-19 já sob controle, o retorno dos artistas aos palcos e do público às pistas dos shows resultou em uma lista de festivais incríveis. Eventos grandes e já conhecidos, como o Rock in Rio e Lollapalooza, dividiram espaço com novidades internacionais que também chegaram por aqui – como é o caso do Primavera Sound, criado em Barcelona – e outros festivais focados em artistas nacionais, como o Rock The Mountain.

Mas não é apenas o eixo Rio-São Paulo que merece sua atenção com eventos do mundo da música. Nomes já aclamados pelo público e outros talentos que você precisa conhecer também marcam presença em shows espalhados por várias outras regiões do país.Como música boa deve ser divulgada, preparamos uma lista com 10 nomes femininos da cena musical amazônica que, se você ainda não conhece, não vai se arrepender do play! Confira:

Anna Suav

Anna Suav — Foto: Divulgação

Anna Suav — Foto: Divulgação

Mulher negra, Anna Suav decidiu transformar suas inquietações em expressão artística e ocupar espaços predominantemente masculinos. MC, poeta, cantora, compositora e produtora audiovisual e cultural, a artista, que está na cena desde 2017, se tornou uma das expoentes do rap e R&B produzido na região amazônica. Explorando diferentes vertentes artísticas e criativas, ela busca ganhar visibilidade para as lutas nortistas no resto do país com sua arte política.

A pluralidade de suas vivências enquanto uma mulher preta e da Amazônia nas duas grandes metrópoles do Norte – Manaus (AM), onde nasceu, e Belém (PA), onde mora atualmente – se transforma em ritmo e poesia. Entre as referências sonoras e visuais, que passeiam pelo hip hop, pop e R&B contemporâneo, estão nomes como SZA, Tássia Reis, Timas & Melodias, Kali Uchis e Ray BLK.

Bruna BG

Bruna BG — Foto: Divulgação

Bruna BG — Foto: Divulgação

Nascida em Breves – PA, cidade pequena localizada na ilha do Marajó – Bruna BG está na cena musical belenense desde 2007. Ela participou por três anos da banda Rockslide como vocalista, guitarrista e compositora, além de também ter tido uma breve passagem como baterista na banda Com Abas – grupo feminino de música soul – e em outras bandas de reggae e samba de raiz.

A história com o rap começou em 2016. Entre os destaques, constam aberturas de shows para rapper nacionais como o grupo Primeiramente, Black Alien, 3030 e BK. Projetos como o SlamDandaras do Norte, BUG e Pitiú Sessions também fazem parte da trajetória musical.

Karen Francis

Karen Francis — Foto: Divulgação

Karen Francis — Foto: Divulgação

Com voz potente, lírica sensível e musicalidade que une raízes da música negra, sonoridades africanas e influências de rap, gospel e afrobeat, Karen Francis é uma representante distinta do R&B contemporâneo produzido no Norte do país.

A cantora, compositora e instrumentista é natural de Maués, no interior do Amazonas, e escreveu sua história com a música desde muito cedo: a mãe, natural de Moçambique, trouxe na bagagem os ritmos africanos e um jeito próprio de cantar, enquanto o pai, missionário, já tinha sido cantor em grupos de pagode.

A artista enxerga a arte sonora como uma forma sensível para o povo preto falar de suas dores, alegrias e amores. Assim, como uma mulher negra e lésbica na periferia de Manaus, ela transforma suas experiências em canções com letras sobre dramas amorosos, desejos, ancestralidade e negritude.

Keila

Keila — Foto: Divulgação

Keila — Foto: Divulgação

Nascida e criada na periferia, Keila encontrou nas ruas o melhor jeito para aliar suas duas paixões: a música e o movimento. Depois de participar de corais da igreja na infância, aos 15 anos, começou tocando em barzinhos na noite – até que recebeu o convite para assumir os vocais da Gang do Eletro, grupo que subverteu a lógica do mercado e fez que os olhos se voltassem para a produção musical moderna de Belém do Pará.

Com o grupo, Keila viajou pelo Brasil inteiro e no exterior participou de festivais importantes – como o South by Southwest no EUA, Transmusicale na França, Lusotronics na Alemanha e Global na Dinamarca -, além de também ganhar, junto com a banda, o Prêmio Multishow de “Revelação do Ano” em 2012 e de “Melhor Show do Ano” junto com Caetano Veloso em 2013.

Atualmente, na carreira solo, Keila possui um EP e o álbum “Malaka”, que foi selecionado pela Natura Musical através do edital com apoio da Lei Semear (PA).

Layse

Layse — Foto: Divulgação

Layse — Foto: Divulgação

Reconhecida na capital paraense por suas composições e performance, Layse se juntou aos “Sinceros”, sua banda base, para repertório autoral. O trabalho tem influências da música latina, som dos bares e rádios dos anos 90, e do bolero e brega do passado com eu-lírico atual; nas letras, os desafios, a sociedade e os relacionamentos sob o ponto de vista de uma mulher independente.

Em 2021, a artista lançou seu primeiro EP, “Caso Raro”. Neste ano, além da gravação de outros clipes depois de “Hit de Sucesso”, ela também focou nas parcerias para o lançamento do próximo disco.

Lia Sophia

Lia Sophia — Foto: Divulgação

Lia Sophia — Foto: Divulgação

Cantora, compositora, instrumentista, produtora e pesquisadora musical, Lia Sophia iniciou sua carreira em Belém do Pará com a influência da cultura amazônica e caribenha. Em seu trabalho sofisticado, ela mistura ritmos da floresta às batidas internacionais criando uma música original e dançante, que conquista o Brasil e também marca presença pelo mundo.

Com 6 CDS lançados, 8 singles, 1 EP, 1 DVD ao Vivo, 7 clipes e 7 músicas em trilhas de novelas e seriados da TV Globo, cantou com Zeca Baleiro, Fafá de Belém, Pinduca, Pedro Luís, gravou com Ney Matogrosso, Zélia Duncan e Paulinho Moska. Em 2018, a artista também foi indicada ao 29 ̊ Prêmio da Música Brasileira como Melhor Cantora, e acumula mais de 18 milhões de visualizações no seu canal no Youtube.

Seus mais recentes lançamentos são os singles “Irmã” e “Não Vou Pedir Licença” (feat com Zélia Duncam), que falam dos desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIA+.

Luli Braga

Luli Braga — Foto: Divulgação

Luli Braga — Foto: Divulgação

Cantora e compositora, Luli Braga marcou sua estreia na cena musical contemporânea amazonense com o disco “Sinuose” (2020), do qual também assina a produção executiva. O álbum reúne dez músicas autorais inéditas de conteúdo sensitivo e visceral, com participação especial de outras nove mulheres e não-bináries, dentre elus: ÀIYÉ (SP), Anne Jezini (AM), Dandara Manoela (SC), Flaira Ferro (PE), Gabriella Dias (AM), Iana Moral (AM), Ju Strassacapa (SP), Tiê (SP) e Yaneza (AM).

Neste ano, produziu e lançou o videoclipe da faixa “Rio Abaixo do Rio”, seguido dos visualizers das faixas “Almar”, “Corpo Cativo” e “Enigma”. Dentre os singles, a novidade é “Depois das Onze”, um pop amazônico produzido por ela, deliciosamente lento e sensual, que se aproxima da cumbia colombiana.

MC Ruth Clark

MC Ruth Clark — Foto: Divulgação

MC Ruth Clark — Foto: Divulgação

Nativa da cidade de Belém, MC Ruth Clark é ativista, rapper, atriz e idealizadora da Battle Girl Power. A carreira artística começou no musical “A Revoada”, que resultou na participação da releitura de “O Auto da Compadecida” e no papel de protagonista em “A Mulher Vestida de Sol”.

Em 2016, junto com o teatro, amadureceu suas poesias e começou a fazer apresentações em Batalhas de MC’s da cidade. Seu primeiro álbum, UBUNTU, foi lançado recentemente com 13 faixas.

Surarás do Tapajós

Surarás do Tapajós — Foto: Divvulgação

Surarás do Tapajós — Foto: Divvulgação

Surgido em abril de 2018, o grupo é o primeiro de carimbó do Oeste do Pará composto somente por mulheres – e o único do Brasil composto somente por mulheres indígenas. As Surarás do Tapajós são elas: Ana Carolina da Cruz Pedroso, Thaline Maxim Nareoja, Jaciara, Beatriz Sousa de Vasconcelos, Keissiane Perreira Maduro, Leilane Domitilla Sousa de Vasconcelos, Adelina Cecilia Vieira de Oliveira, Valdeneia Sauré, Samara Aparecida Moraes Corrêa, Estefane Lorrane do Nascimento Galvão e Luiara Tainnan Vieira de Jesus.

Além do tradicional carimbó de artistas paraenses consagrados, as Surarás do Tapajós também apresentam músicas autorais no mesmo ritmo e de composições em Nheengatu – língua geral falada pelos povos do Baixo Tapajós. Para elas, o grupo se tornou uma ferramenta para dar voz e alcançar espaços que seriam mais difíceis se não fosse através da música.

Thaís Badu

Thais Badu — Foto: Divvulgação

Thais Badu — Foto: Divvulgação

Natural do norte do Brasil, Thaís Badu escolheu se dedicar à música desde a adolescência. Os primeiros passos foram com os estudos de canto lírico e violão clássico; mas, com o tempo, descobriu que era na música popular que estava sua grande paixão – passando pelo reggae, rock, mpb e pop antes de chegar às rimas da música urbana.

Seu primeiro EP, “Sou Preta”, fala sobre a mulher poderosa que existe dentro de todas nós, com seis faixas autorais e inéditas que abordam temas como preconceito, racismo, homofobia e todas as formas de segregação.

Este conteúdo foi desenvolvido por Glamour. Leia mais matérias sobre sustentabilidade sob a ótica de Glamour em UmSóPlaneta.

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