Batalha judicial pode revelar identidade do misterioso artista Banksy

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Um dos segredos mais populares da atualidade é a verdadeira identidade do misterioso artista Bansky, autor de obras urbanas e contemporâneas que chegam a valer milhões de dólares.

Entretanto, o mistério pode estar próximo do fim. Uma obra do artista que retrata a falecida Rainha Elizabeth como um macaco com adereços reais virou alvo de contestação nos tribunais. Dois colecionadores pediram uma confirmação de autenticidade das obras, mas a empresa do artista do grafite teria ignorado os contatos.

Os londrinos Nicky Katz e Ray Howse afirmam que o site da Pest Control, empresa de Banksy, garante que emite um certificado de autenticidade para “pinturas, impressões, esculturas e outras tentativas de criatividade”. Mas, na prática, não foi o que aconteceu: eles aguardam um retorno há três anos.

Eles enviaram a obra de arte para a Pest Control, explicando que a adquiriram por £30 mil libras (cerca de R$ 180 mil) em 2020, do espólio de um colecionador de Banksy recentemente falecido, mas que não parecia haver documentação acompanhando sua história de coleção.

Ao jornal britânico The Guardian, Nicky e Ray alegam que, após três anos de espera, a ação na Justiça é a única opção para resolver o caso.

Especulações

A identidade de Banksy tem sido alvo de especulações há décadas. A mais recente veio do jornal britânico “Daily Mail”, após outra ação judicial contra a empresa Pest Control, criada por ele. Nos documentos do processo, Robin Gunningham, homem de 53 anos, natural de Bristol, na Inglaterra, consta como o artista responsável pela empresa. 

Há 15 anos, uma reportagem publicada pelo jornal “Mail On Sunday” identificou Banksy a partir da fotografia de um homem ajoelhado com uma lata de tinta spray, em imagem clicada na Jamaica, em 2004. O mesmíssimo nome voltou à tona, em 2016, após um trabalho investigativo realizado por pesquisadores da universidade inglesa Queen Mary.

Por meio de um método conhecido como “geographic profiling”, (“perfilamento geográfico”, em tradução livre), também utilizado por policiais na identificação de criminosos, cientistas mapearam 140 obras do artista grafitadas sobre muros de Londres e Bristol e levantaram os principais pontos frequentados por Banksy. Foi aí que surgiu o nome de Robin Gunningham.

Outro nome suspeito é o do músico Robert Del Naja, membro da banda Massive Attack. O jornalista Craig Williams afirma ter confirmado a identidade do grafiteiro após cinco meses de investigação. Segundo ele, Banksy não é uma pessoa, e sim, um grupo, liderado por Del Naja, que negou o fato: “Uma boa história, mas infelizmente não é verdadeira”. 

* Por Antonio Dilson Neto, com informações do The Guardian | Foto: PA images/Alamy

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