“Correção política” é necessária para Julian Assange, diz advogada

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SYDNEY (Reuters) – Uma advogada do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse que uma “correção política urgente” é necessária em seu caso porque os recursos legais contra sua extradição para os Estados Unidos podem continuar por mais uma década e sua saúde está em declínio.

A advogada Jennifer Robinson está na equipe jurídica de Assange há 12 anos e, durante uma visita à Austrália, disse que espera que o novo governo australiano possa fornecer um avanço, após declarações públicas de que o caso de Assange, nascido na Austrália, “já durou o suficiente”.

Ela também pediu que o novo primeiro-ministro britânico, “seja quem for”, tome uma posição sobre a liberdade de expressão e levante o caso com os Estados Unidos.

Assange, de 50 anos, é buscado pelas autoridades norte-americanas por 18 acusações, incluindo uma acusação de espionagem, relacionadas à divulgação pelo WikiLeaks de uma vasta coleção de registros militares e telegramas diplomáticos confidenciais dos EUA, que Washington disse ter colocado vidas em perigo.

Em junho, a ministra do Interior britânica, Priti Patel, aprovou a extradição de Assange para os Estados Unidos. Sua equipe jurídica entrou com um recurso na Suprema Corte do Reino Unido, que decidirá sobre o caso após receber a resposta do governo dos EUA.

“Pode levar vários anos até que acabemos de apelar e vamos até o fim. Se tivermos que ir ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, nós o faremos”, disse Robinson em entrevista em Sydney.

“Este caso é político e precisa de uma correção política urgente”, acrescentou.

A saga começou no final de 2010, quando a Suécia pediu a extradição de Assange por alegações de crimes sexuais. Quando perdeu o caso em 2012, ele fugiu para a embaixada equatoriana em Londres, onde passou sete anos.

Quando foi removido da embaixada em abril de 2019, Assange foi preso por violar as condições de fiança britânicas, embora o caso sueco contra ele tenha sido arquivado. Ele luta contra a extradição desde junho de 2019 e continua preso.

(Reportagem de Kirsty Needham)

Fonte: Isto é