Desregulação da tireoide pode ocasionar arritmia ou redução da performance cardíaca

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Segundo Suemi Marui, a glândula regula diversas funções vitais do corpo, entre elas a do funcionamento cardíaco, interferindo ainda na qualidade do sono e na saúde da pele

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A tireoide é um dos órgãos vitais do corpo humano, responsável pelo controle do peso e do metabolismo, mas também pelo humor e funções cardíacas. Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de São Paulo estabeleceu que, no Dia Internacional da Tireoide deste ano, celebrado nesta terça-feira, 25, seja dada ênfase na importância desse órgão para o funcionamento pleno do coração. 

O descontrole da tireoide pode causar baixa frequência cardíaca, quando se trata do hipotiroidismo, e arritmia ou insuficiência cardíaca, conectada ao hipertireoidismo. A glândula, localizada logo abaixo do pomo-de-adão, produz dois hormônios principais, o T4 e o T3, fundamentais para o funcionamento do coração. “Ela (a glândula) dá o ritmo do nosso coração, da frequência cardíaca, da contração da musculatura cardíaca, por isso tem papel fundamental no bom funcionamento do nosso coração, não só na regulação do sono ou na pele”, compartilha a professora Suemi Marui, chefe da Unidade de Tireoide da Disciplina de Endocrinologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição.

Conforme a médica, no hipertireoidismo a função cardíaca fica acelerada, causando sensação de palpitação e, caso persista por muito tempo, pode gerar as disfunções cardíacas. A musculatura do coração se torna mais espessa e, em casos mais graves, ocasiona a insuficiência cardíaca. Já o hipotiroidismo, que é a falta do hormônio tiroidiano, é mais comum de ser diagnosticado. Nesse caso, acontece a diminuição da frequência cardíaca e, consequentemente, a performance para esforços físicos é reduzida. “Basicamente são os opostos. No hiper vai ter uma aceleração, um exagero da palpitação da frequência cardíaca, e no hipo vai ter uma diminuição da frequência cardíaca”, afirma Suemi.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A especialista informa que, a depender da quantidade, os medicamentos para tratamento também podem alterar o funcionamento na glândula, seja para mais ou para menos. Por isso, o alinhamento clínico com o médico é essencial para garantir o diagnóstico e a medicação correta. “Quando está subtratada, faltando remédio, ou quando é excessivo, é um grande problema. Tem que ter um ajuste fino entre os exames laboratoriais e a dose que está usando”, alerta. 

Os sintomas de alteração do órgão dependem do tipo da doença. Quando se trata do hipotireoidismo, os sintomas são vagos, pode ocorrer alguma disfunção da frequência cardíaca, mas nada característico. Agora, o hipertireoidismo causa sintomas específicos, como a aceleração da frequência cardíaca e tremor nas extremidades, como nas mãos. Contudo, mesmo tendo sintomas verificados, é essencial ir ao médico para checagem laboratorial. “O cardiologista também precisa estar em alerta. Pacientes com hipertireoidismo, que, por uma razão, não foram diagnosticados e ou estão fazendo uso excessivo do hormônio tiroidiano, têm chance maior de ter arritmia cardíaca, então sempre avaliamos em conjunto com o cardiologista”, comenta a professora. Informações do site Jornal USPS.

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