Lideranças da Rede Pintadas representam a rede internacional de mulheres de base, Huairou Comission, no Fórum global sobre redução de riscos de desastres

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Domingo, 4 de dezembro de 2022

Lideranças da Rede Pintadas representam a rede internacional de mulheres de base, Huairou Comission, no Fórum global sobre redução de riscos de desastres

Entre os dias 28 de novembro e 02 de dezembro, lideranças da Rede Pintadas participaram do Fórum global sobre redução de riscos de desastres (Global Understanding Risk), que reuniu em Florianópolis (SC) as maiores autoridades mundiais, especialistas, pesquisadores que atuam na identificação, avaliação e na comunicação de riscos de riscos de desastres, além de agentes do setor privado e da sociedade civil. Nereide Segala Coelho e Lourivânia Soares, que articulam pela Rede Pintadas a Plataforma de Mulheres de Base Praticantes de Resiliência do Brasil, vinculada à Huairou Comission, representaram no evento a organização internacional de mulheres de base ao redor do mundo, presente em 45 países. O foco da Huairou Comission é promover a resiliência ambiental, o empoderamento da mulher e a efetiva participação nos espaços de poder para intervir na tomada de decisões e influenciar as políticas públicas.

Organizado pelo GFDRR (Mecanismo Global para Redução e Recuperação de Desastres) e Banco Mundial, com apoio da Nasa, Google e outras organizações, o evento foi realizado pela primeira vez no Brasil. 600 participantes de diferentes países marcaram presença na agenda, que contou com palestras e sessões técnicas onde foram apresentadas maiores inovações, pesquisas e informações na área de gestão de riscos de desastres, com tópicos como sistemas de alerta precoce, resiliência urbana, comunicação e financiamento de riscos.

As representantes da Huairou Comission levaram para o Fórum reflexões sobre os impactos dos desastres climáticos nas regiões semiáridas, sobretudo para a vida das mulheres. “Destacamos a necessidade de investimentos em pesquisas e políticas públicas de mitigação e resiliência, a importância de tecnologias para a produção de alimentos, além de uma formação técnica adequada a essa realidade para os profissionais que trabalham no campo e orientam as famílias”, afirmou Nereide Segala Coelho.

De acordo com o relatório Seca em Números 2022, da UNCDD (Convenção das Nações Unidas para o combate à desertificação), mais de 2 bilhões de pessoas não têm acesso à água para as necessidades básicas e quase 160 milhões de crianças estão expostas a secas graves e prolongadas.

A jornalista Lourivânia Soares, pesquisadora no tema do semiárido, ressaltou que embora a seca seja o desastre climático que mais mata no mundo, de acordo com as Nações Unidas foram mais de 1,5 mil milhão de mortes nas últimas três décadas, não tem a mesma visibilidade que os outros fenômenos por ser naturalizada. “Sabemos que a seca não é apenas um fenômeno meteorológico, ela sempre foi permeada por questões políticas, sociais e econômicos. A permanência de estereótipos sobre as regiões semiáridas e a falta de um debate mais profundo impedem tomadas de decisões e respostas mais efetivas para esse desafio global, inclusive para fortalecer as inúmeras tecnologias sociais criadas pelas organizações da sociedade civil e transformaram a vida de milhares de famílias ao longo do tempo, sobretudo no Nordeste”, destaca.

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