Locadoras de carros perderam R$ 1,2 bi com depreciação

Bahia Brasil economia

Depreciação deve continuar pressionando balanços das locadoras de veículos, diz analista do Citi

Sophia Bernardes – Segunda, 22 de abril de 2024

A queda no preço dos carros seminovos, aliada às taxas de juros ainda altas e à restrição de crédito para os consumidores, provavelmente continuará a exercer pressão sobre os resultados financeiros das locadoras nos próximos trimestres de 2024.

A avaliação é do analista responsável por logística e locadoras de carros no banco Citi, Filipe Nielsen, em entrevista ao Valor Econômico. 

“Ainda tem decepção para vir em termos de depreciação ou margem de seminovos. Esse ano seria de virada e talvez vejamos uma melhora de ciclo de 2025 em diante”, disse.

As empresas Localiza (RENT3)Movida (MOVI3) e Unidas acumularam perdas de R$ 1,2 bilhão nos últimos 12 meses devido à significativa depreciação dos veículos. Essa depreciação foi exacerbada pelo corte do IPI concedido pelo governo no ano passado para carros novos.

Citi avalia locadoras

O analista ressaltou que, antes de uma recuperação acontecer, é provável que o mercado de seminovos ainda sofra mais com quedas de preço. Portanto, é importante estar atento aos balanços das locadoras nesse período.

De acordo com um levantamento realizado pelo Citi com dados da Fipe, IBGE e PNAD, o preço do carro novo aumentou 3% no período acumulado de julho de 2022 até março.

Enquanto isso, os modelos seminovos registraram quedas de 9,3% para os fabricados em 2023, 14,1% para os modelos de 2022 e 13,6% para os de 2021.

No mesmo período, os modelos de 2020 e 2019 também registraram quedas semelhantes, de 11% e 10,7%, respectivamente. No entanto, há indicações de que os preços nesse segmento podem parar de cair devido à alta demanda.

O analista destacou que um fator relevante a ser considerado é o poder de compra do brasileiro. O preço dos carros mais antigos já se aproximou do nível pré-pandemia em termos do número de salários mínimos necessários para a compra.

Atualmente, modelos de 2021, 2020 e 2019 estão na faixa de 18 vezes o salário mínimo, um nível semelhante ao pré-pandemia, o que tem impulsionado a alta procura. Por outro lado, tanto os carros novos quanto os seminovos estão consideravelmente mais caros.

Fonte: bpmoney / Localiza (RENT3) (Foto: divulgação)

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