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Migração e baixa taxa de natalidade explicam queda populacional em Salvador, aponta especialista

Bahia

Mariana Viveiros afirmou que a diminuição da população não é algo exclusivo de Salvador, mas sim um movimento comum em metrópoles

A supervisora de Disseminação de Informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge) na Bahia, Mariana Viveiros, comentou sobre Salvador ser a capital do país com a maior perda populacional nos últimos 12 anos, como apontou o Censo 2022 divulgado nesta quarta-feira (28).

Em entrevista ao Metropole Serviço, Mariana Viveiros definiu o tamanho da queda populacional da capital baiana como “uma surpresa”, e apontou a baixa taxa de natalidade e a migração como possíveis causas.

“Salvador tem uma taxa de natalidade muito pequena. Em 2021, tivemos o menor número de nascimentos em 48 anos. [Além disso] tem uma tradição de ter migração de saída. Vemos na Região Metropolitana de Salvador cidades pequenas que crescem muito e não porque está se nascendo muito lá, mas sim pelo movimento migratório”, explicou a especialista.

Segundo Mariana Viveiros, a diminuição não é algo exclusivo de Salvador, mas sim um movimento comum em metrópoles, e que por isso não seria algo assustador ou preocupante. “A primeira coisa que precisamos ver é que não foi um fenômeno isolado, tivemos esse movimento em outras capitais. É uma mobilidade esperada que já aconteceu em grandes cidades da Europa e dos Estados Unidos”, disse.

A pandemia de Covid-19 refletiu nos dados, segundo ela. Inclusive, no que diz respeito à busca por uma melhor qualidade de vida e a flexibilização permitida pelo trabalho remoto, além da necessidade de retornar ao interior do estado. “É um censo marcado pela pandemia. Tivemos muitas famílias reavaliando um pouco seu estilo de vida e qualidade de vida nas grandes cidades, além das pessoas que perderem seu trabalho e renda e que voltaram para o interior para morar com a família”, completou Mariana.

Fonte: Metro1