OMS alerta para o uso de adoçantes em dietas alimentares de adultos e crianças

Ciências saúde

Para a nutricionista Patrícia Campos Ferraz a notícia não traz surpresa, uma vez que já existem estudos sobre os efeitos danosos que esses produtos causam à saúde

Por Sandra Capomaccio – Segunda, 5 de junho de 2023

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta para o consumo desnecessário de adoçantes voltado para o controle de peso. Segundo a OMS, esses produtos não devem ser ingeridos por causarem danos à saúde, independentemente de qual seja a base do adoçante. Existem evidências de que a longo prazo esse tipo de produto pode provocar sérios efeitos colaterais.

Patrícia Campos Ferraz – Foto: Arquivo Pessoal

A nutricionista  Patrícia Campos Ferraz,  da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP-USP),  diz que a notícia não traz surpresa, porque inclusive já existem estudos de prejuízos à microbiota, uma espécie de inflação crônica levando a lesões em vasos sanguíneos. 

As pessoas que não têm quadro de diabete preexistente  não devem consumir adoçantes. A preferência deve ser pelos  alimentos in natura, que são adoçados naturalmente, sem o uso de produtos químicos. 

Danos colaterais

O uso prolongado de adoçantes pode provocar sérios efeitos no corpo, como o risco de diabete 2, doenças cardiovasculares, como AVC, até alguns tipos de câncer. A especialista em ciência dos alimentos da USP  explica  que o brasileiro precisa mudar essa relação com o açúcar e é necessário ressignificar esse  paladar infantil. 

Atualmente, a diabete tipo 2 é a moléstia mais incidente no mundo, responsável por 90% dos casos contra 10% de diabete do tipo 1. O uso indiscriminado de adoçantes pode aumentar a mortalidade entre os adultos e, por isso, Patrícia orienta a beber os líquidos sem açúcar ou adoçantes. Dar preferência sempre aos sucos e produtos naturais ao invés dos industrializados. Segundo ela, é preciso valorizar o sabor real dos alimentos. 

É importante que os pais iniciem seus filhos no hábito de não consumir açúcar já na infância, fazendo com que as crianças se tornem os futuros adultos que consumam menos açúcar e aprendam o gosto natural  de alimentos como frutas e sucos. 

Fonte: Jornal USP

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