Pesquisadores citados pelo governo não reconhecem plano de imunização

Ciências

Marina Barbosa, Cecília Emiliana13/12/2020 04:00

O plano de imunização contra a COVID-19 apresentado pelo governo federal traz o nome de quase 150 pesquisadores que teriam colaborado com a elaboração do programa. Porém, 36 dos profissionais citados pelo Executivo revelaram não ter tido acesso ao documento e cobraram medidas mais abrangentes de vacinação, como a ampliação dos grupos prioritários que terão direito à imunização gratuita e a aquisição de outras vacinas pelo governo federal.


“Nos causou surpresa e estranheza que o documento no qual constam os nomes dos pesquisadores deste grupo técnico não nos foi apresentado anteriormente e não obteve nossa anuência. Importante destacar que o grupo técnico havia solicitado reunião e manifestado preocupação pela retirada de grupos prioritários e pela não inclusão de todas as vacinas disponíveis que se mostrarem seguras e eficazes”, afirmaram os cientistas, em nota técnica publicada ontem.


Os profissionais pediram “que todas populações vulneráveis sejam incluídas na prioridade de vacinação, como indígenas, quilombolas, comunidades ribeirinhas, privados de liberdade e pessoas com deficiência”, além de outros grupos populacionais já incluídos e apresentados no plano inicial do governo”. O texto pede ainda que o governo considere estender a imunização gratuita contra a COVID-19 aos trabalhadores da educação e aos trabalhadores essenciais, que não pararam de trabalhar na pandemia.

Entregue ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF), o plano de imunização não contempla os presidiários, que constavam nas primeiras versões da campanha. Quilombolas, ribeirinhos e pessoas com deficiência também ficaram de fora.


O Ministério da Saúde pretende priorizar os idosos, os profissionais de saúde, pessoas com comorbidades, professores do ensino fundamental ao superior, profissionais das forças de segurança e salvamento e os funcionários do sistema prisional. O plano divide esse pessoal em quatro grupos e não estabelece data para o início da aplicação da vacina.

Fonte: Estado de Minas Gerais

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