Foto: TV Bahia

Professora que teve carro atingido durante ataque ao ônibus do Bahia relata momentos de tensão: ‘pensei que eram tiros’

Bahia

A professora Cristiane Barroso, que teve o carro atingido durante o ataque com artefatos explosivos ao ônibus do Esporte Clube Bahia, na quinta-feira (25), prestou depoimento na 6ª Delegacia de polícia, no bairro de Brotas, em Salvador, no final da manhã desta sexta (26).

A Polícia Civil investiga a autoria do atentado e neste momento busca imagens de câmeras de segurança da Avenida Mário Leal Filho, a Bonocô, para tentar identificar os suspeitos do crime.

Após atingir o ônibus do Bahia, um dos artefatos entrou no veículo conduzido pela professora, no momento em que ela ultrapassava o veículo do clube.

“Eu estava passando para pegar o Dique (do Tororó). Havia um batedor, que deixou o lado e veio para trás do ônibus. Quando a via ficou livre, eu resolvi passar. Quando eu estava na lateral do ônibus, eu ouvi um estouro e uma nuvem de fumaça dentro do carro”, contou na entrada da delegacia.

A professora disse que apesar da situação, manteve a calma e seguiu dirigindo para deixar o local. Ela conta que chegou a pensar que seu carro havia recebidos disparos de arma de fogo.

“Eu mantive a calma e segui para sair do cenário. Eu consegui chegar a Fonte Nova e parei. Só lá, os policiais falaram que era um ataque ao ônibus do Bahia. Eu pensei que era um tiro, ou alguma coisa do tipo. No momento, após chegar na Fonte Nova, eu segui a orientação e hoje estou vindo registrar (a queixa)”, contou.

A professora diz que não ficou ferida, mas pedaços de vidro caíram em seu cabelo. Ela diz que após deixar a delegacia seguirá para uma unidade de saúde para realização de exames. Cristiane contou ainda que o Bahia entrou em contato, através de uma comissão para oferecer ajuda psicológica. A ainda comentou o ataque ao clube e pediu paz.

“O esporte é uma forma de vida, de paz e a gente precisa viver momento de paz”. Além do ônibus do Bahia e do carro da professora, uma moto de um policial também foi danificada no ataque.

A Polícia Civil iniciou a investigação logo após o ataque. Nesta sexta-feira (25), a delegada Francineide Moura disse que as investigações ainda estão na fase inicial, mas afirmou que a polícia trabalha com a hipótese do ataque ter sido feito por pessoas que estariam em dois veículos.

“Pelas informações iniciais seriam dois veículos, mas ainda não temos mais informações. Os responsáveis podem responder por diversos crimes, como porte de explosivos, lesões corporais, danos e outros crimes”, contou.

A Polícia Militar diz que logo após o ataque rondas forma realizadas no entorno do estádio, na tentativa de encontrar os autores.

“Vamos coletar imagens de câmeras, depoimentos dos jogadores e também de testemunhas que passavam pelo local, naquele momento. Atuaremos com força máxima para identificar e prender os autores”, disse o delegado Victor Spínola, titular da 12ª Delegacia Territorial (Itapuã) e que está de plantão na Delegacia da Arena Fonte Nova.

O Bahia entrou em campo contra o Sampaio Corrêa pela Copa do Nordeste e venceu por 2 a 0.

No entanto, o goleiro Danilo Fernandes, o lateral Matheus Bahia e o atacante Marcelo Cirino, ficaram de fora. O goleiro segue internado no hospital e ainda precisará realizar mais alguns exames oftalmológicos antes de receber alta. Nas redes sociais, o jogador disse que estava bem.

De acordo com apuração do ge, os suspeitos são torcedores do Bahia. Alguns atletas passaram mal diante do susto.

Por meio das redes sociais, o governador da Bahia, Rui Costa se posicionou sobre o caso e disse que determinou a imediata apuração.

“Nada justifica o ataque covarde contra o ônibus do Bahia na noite desta quinta-feira. Futebol não é campo de guerra. Jogadores, sejam eles do Bahia, Vitória ou qualquer outro time, são profissionais e merecem respeito”, escreveu.

Em nota, a Arena Fonte Nova repudiou veementemente o ataque ao ônibus do Esporte Clube Bahia, este fato lamentável e reprovável, ocorreu quando o ônibus passava nas imediações da Estação do Metrô de Brotas, próximo ao viaduto de Pitangueiras.

Apesar do fato ter ocorrido fora do local do jogo, a Arena afirmou que prestou toda a assistência necessária aos feridos com o acionamento dos brigadistas e de ambulância.

Fonte: g1 Bahia