Sampaoli admite que Flamengo não tem seu DNA e reconhece atuação ruim: “Faltou fúria”

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O treinador, por sua vez, protagonizou momentos de explosão durante e depois do jogo

Por Fred Gomes, Letícia Marques e Thiago Lima — Rio de Janeiro – Domingo,17 de Setembro de 2023

Mais uma vez sob o comando de Jorge Sampaoli, o Flamengo teve um desempenho bem ruim no Maracanã e perdeu por 1 a 0 para o São Paulo, no jogo de ida da final da Copa do Brasil.

Ao fim da partida, o técnico analisou a derrota. Sampaoli afirmou que ainda não conseguiu implantar na equipe um DNA de mais intensidade. O argentino considerou que faltou fúria a seus jogadores.

– Não consegui o que fiz nos outros times ainda colocar a maneira de sentir o futebol em um ano difícil do Flamengo. Chegamos aqui com um crise com muitas finais perdidas. Tentei implantar um DNA. Continua sendo minha responsabilidade. Sigo tentando até aqui. Estamos longe dos times que já tive e que pretendo.

Para Sampaoli, o grande problema de sua equipe na partida foram as imprecisões, mesmo no segundo tempo, quando houve uma melhora com a entrada de Everton Ribeiro. Ele relembrou a ausência do meia Arrascaeta, que está se recuperando de lesão, mas reforçou que o time tem outros nomes decisivos, como Bruno Henrique, Gabigol e Pedro e que não há desculpas que justifiquem a derrota. Para ele, faltou fúria a seus jogadores.

– Então, sim, espero que Arrasca se recupere e possa jogar. Mas temos que ser lidar com a realidade que temos e dar a cara, porque a realidade hoje não faltou argumentos. Desde a projeção até a execução, porque, como foi o segundo tempo, podíamos ter ganhado a partida tranquilamente. Nos faltou um pouco de fúria – afirmou.

– No primeiro tempo o time foi muito impreciso, muito nervoso. Não teve capacidade, inclusive individual. Foi difícil chegar ao campo do rival, porque a bola estava sempre em disputa. Parece que foi um primeiro tempo muito baixo do time – apontou.

Em dois momentos do jogo, o técnico teve atitudes que evidenciaram sua insatisfação com o jogo. Primeiro, deixou o campo antes de o árbitro apitar o fim da etapa inicial. Os jogadores continuaram a jogar sem ele. Depois do apito final, ele saiu pelo corredor que dá acesso aos vestiários e deu chute em uma das grades de separação.

– Meu nervosismo está relacionado com meu sentimento com o que acontece no campo. Não anterior. Eu fui antes embora porque o quarto árbitro disse que acabou. Por isso fui embora.

Time do Flamengo cabisbaixo após derrota por 1 a 0 para o São Paulo, pelo jogo de ida da final da Copa do Brasil — Foto: André Durão

Time do Flamengo cabisbaixo após derrota por 1 a 0 para o São Paulo, pelo jogo de ida da final da Copa do Brasil — Foto: André Durão

A grande decisão da Copa do Brasil está marcada para o próximo domingo. O Flamengo volta a campo na próxima quarta-feira, contra o Goiás, fora de casa, pelo Campeonato Brasileiro.

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Escalação com três atacantes

– Nós planejamos muito esse jogo. Tivemos muita atenção e planejamento da estrutura. Pensamos que o time carente de gols precisava de jogadores que tivessem essa capacidade. Normalmente, jogo com extremos abertos. Não tinha na direita. Então coloquei o Gabriel para aproveitar o trio de ataque. Mas não teve conexões.

Superioridade do São Paulo

O São Paulo propôs duelos. Não nos deixou jogar, não teve imprecisões no primeiro tempo. No segundo tempo, o time jogou mais plantado no campo. Sinceramente, não posso saber se uma coisa condiciona a outra. O Flamengo teve volume, mas foi impreciso no último terço, faltou clareza. O São Paulo foi melhor nos duelos. Mas é uma final. O resultado foi a precisão de um time e imprecisão de outro.

Matheus Cunha

– Matheus desde a minha chegada teve rendimento muito alto. Sinceramente não lembro se foi dele a responsabilidade do gol. É um goleiro que tem nos ajudado muito até agora

Intensidade do Flamengo

– Não consegui o que fiz nos outros times ainda colocar a maneira de sentir o futebol em um ano difícil do Flamengo. Chegamos aqui com um crise com muitas finais perdidas. Tentei implantar um DNA. Continua sendo minha responsabilidade. Sigo tentando até aqui. Estamos longe dos times que já tive e que pretendo.

Três atacantes

– Sim, pensei também. Mas a única dúvida que tinha no jogo era tirar um atacante e colocar Everton Ribeiro ou um volante. Sinceramente, optei por colocar um volante ofensivo. Pensei: um jogo no Maracanã, pensei muito em como o time teve o domínio no segundo tempo e tenho três atacantes com ‘muito gol’. Isso que pensei e imaginei antes de armar esta escalação. Mas não resultou.

Formação com apenas um volante

Pode ser, mas eu penso mais na falta deste equilíbrio ofensivo do time. Penso mais nisso. Se o time está desequilibrado ofensivamente, claro, uma coisa limita a outra. Se colocar um volante defensivo ao invés de um atacante, podia nos mais regularidade nos duelos que o São Paulo propôs no primeiro tempo, mas uma decisão. Acredito que contra o Botafogo o time também jogou em 2-3-2-3, mas jogou um pouco mais em cima pelo lado direito. Falo que sempre a ausência de Luiz Araújo é uma ausência sentida também, porque é um extremo pela direita que nos dava também profundidade. Como falo, o que passou é consequência de um monte de… não sei se erros, mas de desacordos coletivos. Quando um treinador pensa que um time vai ganhar e não ganha é como que algo que não está bem. E eu senti que hoje Flamengo iria ganhar, então, temos que repensar muitas coisas.

Saída de pontas oriúndos da base

– França foi uma decisão do clube de vendê-lo. É um jogador que tinha uma progressão importante no clube. O clube decidiu a venda dele. Com respeito a Gonçalves, sinceramente, não sabia que seria emprestado ao Bragantino. Foi também uma decisão do clube. E de Lanzini, estávamos buscando muito mais um volante pela direita e também buscando um extremo pela direita porque estávamos precisando. Mas esse nome nunca existiu.

Mudanças constantes de escalação

– Tento escalar sempre os melhores. Creio que muitas posições são repetidas muitas vezes. Em outros lugares variei mesmo. É um time que não precisa se entrosar, porque eles já se conhecem e jogam juntos há muito tempo. Mas temos que seguir para que esse entrosamento se mostre.

Forma de o time jogar

– Até agora não aconteceu. Sigo trabalhando duro para que isso aconteça. Mas compartilho com você ou com torcedor que analisa que o que quero como time não aconteceu. Também porque existe uma luta cultura de um time que esteve jogando muito tempo de uma forma e uma troca de forma também necessita de tempo. O tempo ainda não chegou e o time conseguiu jogar de maneira muito alternada. Seguiremos tentando.

Fonte: Globo

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