Vitórias de Biden e Trump nas primárias no Michigan revelam sinais de preocupação

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Olhada nos resultados revela sérios alertas para ambas as campanhas, à medida que se aproximam de uma provável revanche em novembro, que parece mais volátil a cada dia

O presidente americano Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump venceram suas respectivas primárias no Michigan na terça-feira (27).

Mas uma olhada nos resultados revela sérias preocupações para ambas as campanhas, à medida que se aproximam de uma provável revanche em novembro, que parece mais volátil a cada dia.

A vitória de Biden nas primárias democratas veio com um aviso dos progressistas, dos jovens eleitores e dos democratas árabes-americanos na forma de um voto de protesto: mude o rumo da guerra de Israel em Gaza ou arrisque-se a perder uma parte significativa do apoio no que poderia ser um estado decisivo das eleições gerais.

Do lado do Partido Republicano, a vitória de Trump também não conseguiu esconder uma fraqueza potencialmente prejudicial. Mais uma vez, uma parte considerável dos republicanos votou contra o líder inquestionável do seu partido.

O fato de ter acontecido no Michigan, um dos poucos estados-pêndulo que passaram de Trump, em 2016, para Biden, em 2020, dá a essas preocupações – e às ações que as alimentam – uma importância descomunal em uma disputa em que ambos os candidatos precisam de uma forte participação de sua base para terem uma oportunidade em novembro.

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Apesar de um recente ajuste na retórica e de algumas conversas de última hora sobre um cessar-fogo iminente, Biden e a sua equipe defenderam o direito de Israel de se defender.

Mais de 29 mil palestinos foram mortos até agora em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde governado pelo Hamas, em resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro contra Israel.

E à medida que o número de mortos de civis – incluindo milhares de crianças – continua a aumentar, também aumenta a pressão sobre Biden para pressionar publicamente por um cessar-fogo.

Antes das primárias, uma coligação chamada “Listen to Michigan” pediu aos democratas insatisfeitos com a forma como Biden lidou com a guerra, juntamente com aqueles que criticavam o papel dos EUA no armamento dos militares de Israel, que votassem na opção “descomprometido” – uma espécie de “voto em branco” nos EUA.

A ideia era enviar uma mensagem para a Casa Branca que o que acontecer nos próximos dias e semanas poderá derrubar eleições daqui a oito meses.

Com 85% dos votos contabilizados, os votos “não comprometidos” pairam em torno de 13,2%, com mais de 100 mil votos, um total bruto bem superior à margem de vitória de Trump, em 2016.

Espectadores assistem debate entre Donald Trump e Joe Biden, em San Diego, EUA, em 2020 / REUTERS/Mike Blake

A preocupação entre os aliados de Biden tornou-se palpável nos dias anteriores às primárias.

O argumento da governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, “de que qualquer voto que não seja dado a Joe Biden apoia um segundo mandato de Trump”, como ela disse à CNN no domingo, caiu por terra ou resultou em um voto de protesto ainda maior.

A deputada de Michigan Debbie Dingell, que também alertou os democratas para uma derrota em 2016, vem soando o alarme há mais tempo, alertando sobre as consequências políticas prejudiciais para Biden.

Para Trump, os cerca de 30% dos republicanos que votaram na ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, ou na linha “descomprometida” do Partido Republicano podem ser mais difíceis de analisar.

Embora a sua terceira nomeação presidencial em três tentativas possa ser conquistada em poucas semanas, permanece o fato de que um grupo considerável de republicanos ou se opõe firmemente a ele ou ainda não foi conquistado – incluindo o Michigan, um estado em que ele venceu por uma pequena margem em 2016 e perdeu para Biden por cerca de 150 mil votos quatro anos depois.

A corrida republicana está acelerando, e mais de um terço dos delegados do partido estarão em jogo na “Super Terça”, no próximo dia 5.

Fonte: CNN Brasil / Joe Biden e Donald Trump.Foto: CNN

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